terça-feira, 16 de maio de 2017

O remédio de Cristo para orações sem vida

Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Tiago 5:16
Necessitamos, como crentes em Cristo, de uma fé maior. Precisamos ser mais fervorosos na oração. Muitos se perguntam por que suas orações são tão sem vida, tão fraca e vacilante é sua fé e sua vida cristã é tão sombria e incerta. Dizem: Não temos jejuado e andado “de luto diante do Senhor dos Exércitos?” No capítulo cinquenta e oito de Isaías, Cristo mostrou como essas condições podem ser mudadas. Ele diz: “Porventura, não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?” (Is 58:6, 7). Essa é a receita prescrita por Cristo para a pessoa desfalecida, duvidosa, tremente. Que os tristes, que andam lamentosamente na presença de Deus, levantem-se e ajudem alguém que está em necessidade.
Toda igreja precisa do poder controlador do Espírito Santo, e é agora o tempo de orar por ele. Em todo o trabalho de Deus pelo ser humano, Seus desígnios são que este coopere com Ele. Para isso, o Senhor roga à igreja que tenha maior piedade, mais justo senso de dever, mais clara compreensão de suas obrigações para com seu Criador. Roga-lhes que sejam um povo puro, santificado, ativo. A obra de auxílio cristão é um dos meios de operar isso, pois o Espírito Santo participa com todos os que estão fazendo o serviço de Deus. […]
Tudo quanto o Céu contém está à espera para ser utilizado pela pessoa que trabalha com Cristo. Quando os membros de nossa igreja iniciarem individualmente o trabalho que lhes é indicado, serão cercados por uma atmosfera totalmente diversa. Suas atividades serão acompanhadas de bênção e poder. Experimentarão mais elevado cultivo de espírito e coração. O egoísmo antes preso à alma será vencido. Sua fé será um princípio vivo. Serão mais fervorosas as orações. A vivificante e santificadora influência do Espírito Santo será derramada sobre eles, e estarão mais perto do reino de Deus.
O Salvador desconhece tanto classe social como posição, tanto as honras mundanas como as riquezas. Caráter e dedicação de propósito são de alto valor para Ele (Testemunhos Para a Igreja, vol. 6, p. 266-268)

Orações sinceras

Os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. Apocalipse 5:8
Até então, os discípulos não estavam familiarizados com os ilimitados recursos e poder do Salvador. Disse-lhes Ele: “Até agora nada tendes pedido em Meu nome” (Jo 16:24). Explicou que o segredo do êxito deles estaria em pedir forças e graça em Seu nome. Ele estaria diante do Pai para fazer a petição por eles. Cristo apresenta a prece do humilde suplicante como Seu desejo em favor daquela pessoa. Toda sincera oração é ouvida no Céu. Talvez não seja expressa fluentemente; mas, se nela estiver o coração, ascenderá ao santuário em que Jesus ministra, e Ele a apresentará ao Pai sem uma palavra desalinhada, sem uma dificuldade de enunciação, bela e fragrante com o incenso da perfeição dEle mesmo.
O caminho da sinceridade e integridade não é isento de obstáculos, mas, em cada dificuldade, devemos ver um chamado à oração. Não existe nenhum vivente dotado de qualquer poder que não o haja recebido de Deus, e a fonte de onde ele vem está aberta ao mais fraco dos seres humanos. “Tudo quanto pedirdes em Meu nome”, disse Jesus, “isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu o farei” (Jo 14:13, 14).
“Em Meu nome”, Jesus ordenou aos discípulos que orassem. Em nome de Cristo, Seus seguidores devem subsistir diante de Deus. Graças ao valor do sacrifício feito por eles, são estimados aos olhos do Senhor. Em virtude da imputada justiça de Cristo, são considerados preciosos. Por amor de Cristo, o Senhor perdoa aos que O temem. Não vê neles a vileza do pecador. Neles reconhece a semelhança de Seu Filho, em quem eles creem.
O Senhor fica decepcionado quando Seu povo se estima como de pouco valor. Deseja que Sua herança eleita se avalie segundo o preço que Ele lhe deu. Deus a valoriza, do contrário não enviaria Seu Filho em tão dispendiosa missão de a redimir. Tem para eles uma utilidade e agrada-Se muito quando Lhe fazem os maiores pedidos, a fim de que Lhe glorifiquem o nome. Podem esperar grandes coisas se têm fé em Suas promessas (O Desejado de Todas as Nações, p. 667, 668)

Nenhuma oração se perde

Ó Tu que escutas a oração, a Ti virão todos os homens. Salmo 65:2
O Senhor declara que é honrado por aqueles que a Ele se achegam e O servem fielmente. “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em Ti” (Is 26:3). O braço do Todo-poderoso está estendido para nos conduzir avante e sempre avante. Avançem, diz o Senhor, enviarei socorro a vocês. Peçam tendo em vista a glória de Meu nome e lhes será concedido. Serei honrado diante daqueles que espreitam seu fracasso. Eles verão Minha Palavra triunfar gloriosamente. “E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mt 21:22).
Invoquem a Deus todos os que estão em tribulações ou são maltratados. Desviem-se daqueles cujo coração é como o aço, e tornem conhecidas as suas petições ao Criador. Ele jamais repele alguém que a Ele recorre com coração contrito. Nenhuma oração sincera se perde. Em meio aos hinos do coro celestial, Deus ouve o clamor do mais frágil ser humano. Derramamos o desejo de nosso coração em secreto, murmuramos uma oração enquanto seguimos nosso caminho, e nossas palavras atingem o trono do Monarca do universo. Podem não ser audíveis aos ouvidos humanos, porém não podem morrer no silêncio, nem perder-se no tumulto dos afazeres diários. Nada pode sufocar o desejo da pessoa. Alça-se sobre o barulho das ruas e a confusão da multidão, às cortes celestiais. É a Deus que falamos e nossa oração é atendida.
Você que se sente o mais indigno, não tema confiar seu caso a Deus. Quando  entregou a Si mesmo em Cristo pelos pecados do mundo, Ele assumiu o caso de todo pecador. “Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?” (Rm 8:32). Não cumprirá Ele a graciosa palavra que nos deu para nos animar e fortalecer?
Cristo nada mais anela que redimir Sua herança do domínio de Satanás. No entanto, antes de sermos libertos, exteriormente, do poder de Satanás, precisamos ser redimidos, interiormente, de seu poder. […]
É impossível ao Senhor desprezar as orações de Seu povo. O perigo está em que desanimem na tentação e na prova, e deixem de perseverar em oração (Parábolas de Jesus, p. 173-175)

A oração move o braço do Onipotente

Pois não foi por sua espada que possuíram a terra, nem foi o seu braço que lhes deu vitória, e sim a Tua destra, e o Teu braço, e o fulgor do Teu rosto, porque Te agradaste deles. Salmo 44:3
Se surgem provações que parecem inexplicáveis, não devemos permitir que nossa paz nos seja roubada. Conquanto sejamos tratados injustamente, não demonstremos raiva. […]
Enquanto o mundo progride na perversidade, nenhum de nós se lisonjeie de que não terá dificuldades. Contudo, justamente essas dificuldades nos levam à sala de audiência do Altíssimo. Podemos pedir conselho Àquele que é infinito em sabedoria.
O Senhor diz: “Invoca-Me no dia da angústia” (Sl 50:15). Convida-nos a Lhe expormos nossas perplexidades e carências, e nossa necessidade de auxílio divino. Exorta-nos a perseverar na oração. Logo que surjam dificuldades, devemos apresentar-Lhe nossas petições sinceras e francas. Pelas orações insistentes, evidenciamos nossa forte confiança em Deus. O senso de nossa necessidade nos induz a orar com fervor, e nosso Pai celestial é movido por nossas súplicas.
Muitas vezes, aqueles que, por sua fé, sofrem afrontas e perseguições são tentados a pensar que Deus os esqueceu. Aos olhos dos seres humanos, eles são a minoria. Segundo toda a aparência, os inimigos triunfarão. Entretanto, não devem violentar a consciência. Aquele que por eles padeceu e suportou suas aflições e cuidados não os desamparou.
Os filhos de Deus não foram deixados sozinhos e indefesos. A oração move o braço do Onipotente. As orações “subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam as bocas de leões, extinguiram a violência do fogo” – saberemos o que isso significa quando ouvirmos o relato de mártires que deram a vida por sua fé – “puseram em fuga exércitos de estrangeiros” (Hb 11:33, 34).
Se consagrarmos a vida a Seu serviço, nunca chegaremos a situações para as quais Deus não tenha feito provisão. Qualquer que seja nossa situação, temos um Guia para nos dirigir o caminho; quaisquer que sejam nossas perplexidades, temos um Conselheiro infalível; quaisquer que sejam nossas aflições, privações ou solidão, temos um Amigo compassivo. Se em nossa ignorância dermos passos errados, Cristo não nos abandona. Ouviremos Sua voz clara e distinta: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14:6). “Acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido” (Sl 72:12) (Parábolas de Jesus, p. 171-173)

O que precisamos saber sobre a oração

Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. João 4:46
[O Salvador] sabia que o pai havia estabelecido, em seu espírito, condições quanto a crer nEle. A menos que sua petição fosse atendida, não O havia de aceitar como o Messias. […]
No entanto, o nobre possuía certo grau de fé; pois viera pedir aquilo que lhe parecia ser a mais preciosa de todas as bênçãos. Jesus tinha um dom ainda maior para conceder. Desejava não somente curar a criança, mas tornar o nobre e sua casa participantes das bênçãos da salvação e acender uma luz em Cafarnaum, que em breve se tornaria o cenário das obras de Cristo. […]
O nobre desejava conhecer mais de Cristo. Ao ouvir-Lhe posteriormente os ensinos, ele e todos os de sua casa se tornaram Seus discípulos. Sua dor foi santificada, para conversão de toda a família. Divulgaram-se as novas do milagre; e, em Cafarnaum, onde tantas de Suas poderosas obras foram realizadas, foi preparado o caminho para o ministério pessoal de Cristo.
Aquele que abençoou o nobre de Cafarnaum também quer nos abençoar. Assim como o aflito pai, somos muitas vezes levados a buscar a Jesus pelo desejo de algum bem terrestre; e da obtenção de nossas petições fazemos depender nossa confiança em Seu amor. O Salvador anela dar-nos maiores bênçãos do que Lhe pedimos; e retarda o deferimento de nossos pedidos, a fim de nos mostrar o mal que existe em nosso coração e nossa profunda necessidade de Sua graça. Deseja que renunciemos ao egoísmo que nos leva a buscá-Lo. Confessando nosso desamparo e necessidade, devemos entregar-nos inteiramente a Seu amor.
Antes de crer, o nobre queria ver atendida sua oração, mas teve que aceitar a palavra de Jesus, de que seu pedido estava atendido, e a bênção, concedida. Nós também devemos aprender essa lição. Não porque vejamos ou sintamos que Deus nos ouve, mas simplesmente porque cremos. Temos que confiar em Suas promessas. Quando a Ele nos chegamos com fé, toda súplica alcança o coração de Deus. Ao pedir Suas bênçãos, devemos acreditar que as receberemos e dar-
Lhe graças porque as temos recebido. Então iremos ao cumprimento de nossos deveres, certos de que a bênção terá lugar quando mais necessitarmos dela. Quando aprendermos a fazer isso, saberemos que nossas orações são atendidas. Deus fará por nós “infinitamente mais do que pedimos ou pensamos”, “segundo as riquezas da Sua glória” (Ef 3:20, 16) e “segundo a eficácia da força do Seu poder” (Ef 1:19) (O Desejado de Todas as Nações, p. 198, 200)

Estude com oração fervorosa

Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. Romanos 15:4
Os que não estão dispostos a aceitar as verdades claras e incisivas da Bíblia procuram continuamente fábulas agradáveis, que acalmem a consciência. Quanto menor for a ênfase na espiritualidade, altruísmo e humildade, nas doutrinas apresentadas, maior será a simpatia com que serão recebidas. Essas pessoas degradam a capacidade intelectual de modo a servirem aos desejos carnais. Demasiado sábios aos próprios olhos para examinarem as Escrituras com contrição de alma e fervorosa oração, a fim de pedir direcionamento divino, eles não têm escudo contra o engano. Satanás está pronto para suprir o desejo do coração e apresenta suas armadilhas em lugar da verdade. […] Todos os que negligenciam a Palavra de Deus a fim de estudarem conveniências e expedientes para que se não achem em desacordo com o mundo serão deixados a acolher condenável heresia em lugar de verdade religiosa. Toda forma imaginável de erro será aceita pelos que, voluntariamente, rejeitam a verdade. Quem olha com horror para um engano receberá facilmente outro. O apóstolo Paulo, falando de uma classe de pessoas que “não receberam o amor da verdade para se salvarem”, declara: “É por este motivo, pois, que Deus lhes enviará a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça” (2Ts 2:11, 12). Com essa advertência diante de nós, cumpre-nos estar de sobreaviso a respeito de quais doutrinas recebemos.
Entre as operações de maior êxito do grande enganador, estão os ensinos ilusórios e prodígios de mentira do espiritismo. Disfarçado em anjo de luz, estende suas redes onde menos se espera. Se as pessoas estudassem o Livro de Deus com fervorosa oração, a fim de compreendê-lo, não seriam deixadas em trevas, à mercê das doutrinas falsas. Entretanto, rejeitando a verdade, são subjugadas pela ilusão.
Outro erro perigoso é a doutrina que nega a divindade de Cristo, pretendendo que Ele não tivera existência antes de Seu advento a este mundo. Essa teoria é recebida com favor por uma vasta classe que professa crer na Escritura Sagrada. No entanto, contradiz de modo direto as mais compreensíveis declarações de nosso Salvador com respeito à Sua relação com o Pai, Seu caráter divino e Sua preexistência (O Grande Conflito, p. 523, 524)

A oração aumenta o crescimento espiritual

Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da Terra. Colossenses 3:2
Aquele que está determinado a entrar no reino espiritual verificará que todos os poderes e paixões da natureza não regenerada, apoiados pelas forças do reino das trevas, estão arregimentados contra ele. Ele precisa renovar sua consagração todos os dias e, cada dia, batalhar contra o mal. Velhos hábitos e tendências hereditárias para o erro lutarão para manter a supremacia, e contra isso deve ele estar sempre em guarda, lutando na força de Cristo pela vitória. […]
A carta aos colossenses está repleta de lições do mais alto valor a todos os que estão empenhados no serviço de Cristo, lições que mostram a singeleza de propósito e as altas aspirações que serão vistas na vida daquele que representa o Salvador de maneira reta. Renunciando a tudo que poderia impedi-lo não só de progredir em direção ao alto, mas de desviar os pés de alguém do caminho estreito, o crente revelará em sua vida diária misericórdia, bondade, humildade, mansidão, longanimidade e o amor de Cristo.
O poder de uma vida superior, mais pura e mais nobre é nossa maior necessidade. O mundo tem ocupado demais os nossos pensamentos, e o reino de Deus, bem pouco.
Em seus esforços para alcançar o ideal de Deus para si, o cristão não deve se desesperar. A perfeição moral e espiritual mediante a graça e o poder de Cristo é prometida a todos. Jesus é a fonte de poder, a origem da vida. Ele nos leva a sua Palavra e, da árvore da vida, nos apresenta as folhas para a saúde dos enfermos de pecado. Ele nos leva ao trono de Deus, e põe em nossa boca uma oração pela qual somos levados a íntimo contato com Ele próprio. Em nosso benefício, põe em operação os instrumentos todo-poderosos do Céu. Em cada passo, tocamos Seu vivo poder.
Deus não fixa limite para o progresso dos que desejam transbordar “de pleno conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual” (Cl 1:9). Pela oração e vigilância, pelo crescimento no conhecimento e na compreensão, eles devem ser “fortalecidos com todo o poder, segundo a força da Sua glória” (Cl 1:11). Assim são preparados para trabalhar por outros. É propósito do Salvador que os seres humanos, purificados e santificados, sejam Sua mão ajudadora. Sejamos gratos por esse grande privilégio Àquele que “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1:12, 13) (Atos dos Apóstolos, p. 477, 478)

terça-feira, 9 de maio de 2017

É impossível fatigar a Deus

Atende, Senhor, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Salmo 143:1
Que o nosso coração se abra e se eleve; que Deus possa propiciar-nos um vislumbre da atmosfera celestial. Devemos manter-nos tão perto de Deus que, em cada inesperada provação, nossos pensamentos se voltem para Ele tão naturalmente quanto a flor se volta para o Sol.
Leve suas necessidades, alegrias, tristezas, preocupações e temores a Deus. Você não conseguirá sobrecarregá-Lo nem deixá-Lo cansado. Aquele que conta os cabelos de sua cabeça não é indiferente às necessidades de Seus filhos. “O Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo” (Tg 5:11). Seu coração cheio de amor se enternece com nossas tristezas, até mesmo quando as pronunciamos. Entregue a Ele todas as coisas que perturbe sua mente. Coisa alguma é grande demais para que Ele não possa suportar, pois é Ele que mantém os mundos e governa o universo. Nada daquilo que, de alguma forma, diz respeito a nossa paz é pequeno demais para que Ele não perceba. Não há um só capítulo de nossa existência que seja escuro para que Ele não possa ler, nem dificuldade alguma tão complicada que não possa resolver. Nenhuma calamidade poderá sobrevir ao mais humilde dos Seus filhos, ansiedade alguma que lhe perturbe a alma, nenhuma alegria que possa ter, nenhuma oração sincera que lhe escape dos lábios, sem que seja observada pelo Pai celestial, ou sem que lhe desperte imediato interesse. “O Senhor […] sara os de coração quebrantado e lhes pensa as feridas” (Sl 147:3). As relações entre Deus e cada pessoa são tão particulares e plenas que é como se não houvesse nenhuma outra pessoa por quem tivesse dado Seu Filho amado.
Jesus disse: “Pedireis em Meu nome; e não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o Pai vos ama”. “Eu vos escolhi a vós […] a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda” (Jo 16:26, 27; 15:16). Orar em nome de Jesus, porém, é mais do que simplesmente mencionar esse nome no começo e no fim da oração. É orar segundo a mente e o espírito de Jesus, crendo em Suas promessas, confiando em Sua graça e fazendo Suas obras.
Deus não espera que nos tornemos eremitas ou monges e que nos isolemos do mundo, a fim de tornar-nos interessados em atos de adoração. Nossa vida deve ser igual à de Cristo, dividindo-nos entre o monte da oração e o contato com as multidões. Aquele que não faz nada além de orar, em breve abandonará essa prática; suas orações acabarão se tornando uma formalidade rotineira (Caminho a Cristo, p. 99-101)

Ore como Jacó

Não Te deixarei ir se me não abençoares. Gênesis 32:26
O tempo de aflição e angústia que está diante de nós exigirá uma fé que possa suportar o cansaço, a demora e a fome – fé que não desfaleça ainda que severamente provada. O tempo de graça é concedido a todos, a fim de se prepararem para aquela ocasião. Jacó prevaleceu porque era perseverante e decidido. Sua vitória é uma prova do poder da oração persistente. Todos os que lançarem mão das promessas de Deus, como ele o fez, e, como ele, forem fervorosos e perseverantes serão bem-sucedidos como ele foi. Os que não estão dispostos a negar o eu, a sentir verdadeira agonia perante a face de Deus, a orar longa e fervorosamente rogando-Lhe a bênção, não a obterão. Poucos sabem o que significa lutar com Deus! Poucos têm buscado a Deus com contrição de alma, com intensa vontade, até que toda faculdade esteja em sua máxima tensão! Quando ondas de desespero, que linguagem alguma pode exprimir, assoberbam os que fazem suas súplicas, quão poucos se apegam com fé inquebrantável às promessas de Deus!
Aqueles que agora exercem pequena fé correm maior risco de cair não apenas sob o poder dos enganos de Satanás, mas do decreto que violentará a consciência. Mesmo resistindo à prova, serão imersos em uma agonia e aflição mais profundas no tempo de angústia, porque nunca adquiriram o hábito de confiar em Deus. As lições da fé as quais negligenciaram serão obrigados a aprender sob a pressão terrível do desânimo.
Devemos familiarizar-nos agora com Deus, provando as Suas promessas. Os anjos registram toda oração fervorosa e sincera. Devemos dispensar as satisfações egoístas em vez de negligenciar a comunhão com Deus. A maior pobreza, a máxima abnegação, tendo a aprovação divina, é melhor do que as riquezas, honras, comodidades e amizade, sem oração. Devemos tomar tempo para orar. Se consentirmos que a mente se absorva com os interesses mundanos, o Senhor talvez nos conceda tempo [para orar] removendo nossos ídolos, sejam estes o ouro, sejam casas ou terras férteis.
Os jovens não seriam seduzidos pelo pecado caso se recusassem a entrar por qualquer caminho, a não ser que pudessem pedir a bênção de Deus sobre o mesmo. Se os mensageiros que levam a última e solene advertência ao mundo orassem rogando a bênção de Deus, não de maneira fria, descuidada, ociosa, mas fervorosamente e com fé, como fez Jacó, encontrariam muitos lugares em que poderiam dizer: “Vi a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gn 32:30). Seriam tidos como príncipes pelo Céu, com poder para prevalecer com Deus e com as pessoas (O Grande Conflito, p. 621, 622)

Vá às reuniões de oração

Todos estes perseveravam unânimes em oração. Atos 1:14
Perseverar em oração é a condição para receber a bênção. Devemos orar sempre se quisermos crescer em nossa fé e experiência. Devemos ser perseverantes na oração (Rm 12:12) e vigiar “com ação de graças” (Cl 4:2). Pedro exorta os crentes: “Sede […] sóbrios a bem das vossas orações” (1Pe 4:7). Paulo orienta: “Sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições” (Fp 4:6). “Vós, porém, amados”, diz Judas, “orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus” (Jd 1:20, 21). A oração incessante é a união inquebrantável da pessoa com Deus, para que a vida que vem de Deus flua para a nossa vida; e, da nossa vida, pureza e santidade fluam de volta para Deus.
É necessário que sejamos diligentes em oração. Não permita que nada o atrapalhe. Faça todo esforço para manter ativa a comunhão entre Jesus e seu coração. Aproveite todas as oportunidades para ir aonde se costuma orar. Os que estão realmente buscando a comunhão com Deus serão vistos nas reuniões de oração, fiéis a seu dever, fervorosos e ansiosos por colher todos os benefícios possíveis. Aproveitarão cada oportunidade de colocar-se onde possam receber os raios de luz do Céu.
Devemos orar em família; mas, acima de tudo, não devemos negligenciar a oração secreta, pois é ela que sustenta nossa vida espiritual. É impossível que a espiritualidade de uma pessoa floresça se a oração for negligenciada. Não basta orar em família e em público. Em solidão, abra o coração aos olhos perscrutadores de Deus. A oração secreta deve ser ouvida unicamente por Ele – o Deus que ouve toda oração. Nenhum ouvido curioso deve receber o fardo dessas preces. Na oração secreta, a mente fica livre das influências do ambiente, livre da agitação. De uma forma calma, mas fervorosa, deve-se buscar a Deus. A influência que vem dAquele que vê em segredo será suave e constante. Seus ouvidos estão abertos para ouvir a prece que vem do coração. Pela fé simples e serena, a mente entra em comunhão com Deus e absorve raios da luz divina para dar-lhe forças e sustentá-lo no conflito contra Satanás. Deus é nossa fortaleza.
Ore em particular. Durante seus afazeres diários, deixe que o coração se eleve a Deus. Era assim que Enoque andava com Deus. Essas orações silenciosas sobem como precioso incenso até o trono da graça. Satanás não pode vencer aquele cujo coração está arraigado em Deus (Caminho a Cristo, p. 97-99).

A primeira tarefa

De manhã, Senhor, ouves a minha voz. Salmo 5:3
Pela fé você passou a ser de Cristo, e pela fé, deve nEle crescer – dando e recebendo. Você tem de entregar-Lhe tudo – o coração, a vontade, a disposição de servir. Deve dar a si mesmo para então obedecer a todos os Seus mandamentos. Você receberá tudo – Cristo, a plenitude de todas as bênçãos, para habitar em seu coração, ser sua força, justiça e esperança eterna – para que tenha o poder necessário para obedecer.
Consagre-se a Deus pela manhã. Faça disso sua primeira atividade. Ore: “Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Deponho todos os meus planos aos teus pés. Usa-me hoje para o Teu serviço. Fica comigo, e que tudo o que eu fizer seja operado por ti”. Essa é uma questão diária. Cada manhã consagre-se a Deus para aquele dia. Entregue-Lhe todos os seus planos para saber se devem ser levados em frente ou não, de acordo com o que a providência divina indicar. Assim, dia a dia, você poderá entregar sua vida nas mãos de Deus, e ela será cada vez mais moldada segundo a vida de Cristo.
A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de sentimentos, mas deve existir uma confiança constante e tranquila. Sua esperança não está em si mesmo, mas em Cristo. Sua fraqueza está ligada à força divina; sua ignorância, à sabedoria dEle; sua fragilidade, ao eterno poder. Por isso, não olhe para si mesmo. Não permita que seus pensamentos fiquem centralizados no próprio eu, mas olhe para Cristo. Pense em Seu amor, Sua beleza e na perfeição de Seu caráter. Cristo em Sua abnegação, Cristo em Sua humilhação, Cristo em Sua pureza e santidade, Cristo em Seu incomparável amor – esse é o tema para sua meditação. Ao amá-Lo, imitá-Lo e depender inteiramente dEle é que você se transforma à Sua semelhança.
Jesus disse: “Permanecei em Mim”. Essas palavras transmitem a ideia de descanso, estabilidade e confiança. Outra vez, Ele convida: “Vinde a Mim […] e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11:28, 29). As palavras do salmista exprimem o mesmo pensamento: “Descansa no Senhor e espera nEle” (Sl 37:7). E Isaías dá a certeza: “Em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força” (Is 30:15). Esse descanso não está na inatividade, pois no convite do Salvador a promessa de descanso vem com um chamado ao trabalho: “Tomai sobre vós o Meu jugo […] e achareis descanso” (Mt 11:29). O coração que descansa de maneira plena em Deus será o mais empenhado no trabalho ativo por Ele (Caminho a Cristo, p. 70, 71).

sexta-feira, 5 de maio de 2017

A fé e a oração particular

De tarde, e de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e Ele ouvirá a Minha voz. Salmo 55:17, ARC
A verdadeira fé agarra-se à bênção prometida e a suplica antes que esta se realize e a experimentemos. Devemos, pela fé, enviar nossas petições para dentro do segundo véu, e fazer com que nossa fé se apodere da bênção prometida e a reclame como sendo nossa. Devemos então crer que recebemos a bênção, porque nossa fé se apoderou dela, e segundo a Palavra, é nossa. “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11:24). Isso é fé, e fé pura; o crer que recebemos a bênção, mesmo antes que a vejamos. Quando a bênção prometida se realiza, e é fruída, cessa a fé. Muitos supõem, entretanto, que têm muita fé quando participam amplamente do Espírito Santo, e que não podem ter fé a menos que sintam o poder do Espírito. Essas pessoas confundem a fé com as bênçãos que a acompanham. O tempo em que propriamente deveríamos exercer a fé é aquele em que nos sentimos privados do Espírito. Quando densas nuvens de trevas parecem pairar sobre nós, é ocasião para fazer com que a fé viva avance em meio às trevas e disperse as nuvens. A verdadeira fé baseia- se nas promessas contidas na Palavra de Deus, e apenas aqueles que obedecem a essa Palavra podem reclamar suas gloriosas promessas. […]
Deveríamos empregar muito tempo em oração particular. Cristo é a videira; e nós, os ramos. Se desejamos crescer e florescer, devemos continuamente tirar seiva e nutrição da Videira viva; pois, separados da Videira, não temos forças.
Perguntei ao anjo por que não havia mais fé e poder em Israel. Disse ele: “Largais muito depressa o braço do Senhor. Enviai insistentemente vossas petições ao trono, e persisti nelas com fé firme. As promessas são certas. Crede que recebeis as coisas que pedis, e tê-las-eis”. […] Vi que havíamos duvidado das seguras promessas e ofendido o Salvador pela nossa falta de fé. […] Se o inimigo puder levar os desanimados a desviar de Jesus os olhos, a olhar para si mesmos e ocupar-se com sua indignidade, em vez de considerar a dignidade de Jesus, Seu amor, Seus méritos e Sua grande misericórdia, ele lhes tirará o escudo da fé e alcançará seu objetivo; e eles ficarão expostos às suas terríveis tentações. Os fracos, portanto, deverão olhar para Jesus, e crer nEle. Então exercitarão a fé (Primeiros Escritos, p. 72, 73).

Outra condição

Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. Marcos 11:24
Outro elemento da oração perseverante é a fé. “É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam” (Hb 11:6). Jesus disse a Seus discípulos: “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes e será assim convosco” (Mc 11:24). Aceitamos verdadeiramente essa oferta?
A certeza que Ele nos dá é ampla, ilimitada. Aquele que prometeu é fiel. Se não recebemos exatamente o que pedimos, e no tempo desejado, é porque ainda não cremos que o Senhor nos ouve e responde às nossas orações. Somos tão falíveis, somos tão míopes que às vezes pedimos coisas que não serão bênçãos para nós, e nosso Pai celestial, por amar-nos, responde às nossas orações, dando-nos aquilo que é para o nosso bem – aquilo que nós mesmos desejaríamos se nossa visão fosse divinamente iluminada e pudéssemos ver todas as coisas como elas realmente são. Quando nossas orações parecem não ter resposta, devemos apegar-nos à promessa, pois o momento da resposta chegará, e receberemos a bênção de que mais necessitamos. Entretanto, dizer que a oração sempre será respondida do jeito que desejamos é presunção. Deus é muito sábio para errar e extremamente bom para reter o melhor aos que andam em retidão. Por isso, não tenha medo de confiar nEle, mesmo que não veja resposta imediata para suas orações. Apoie-se em sua fiel promessa: “Pedi, e dar-se-vos-á” (Mt 7:7).
Se dermos lugar a nossas dúvidas e medos, ou tentarmos resolver tudo aquilo que não compreendemos claramente, antes de ter fé, as perplexidades apenas aumentarão e se complicarão. No entanto, se nos voltarmos a Deus tal como somos, convencidos de nosso desamparo e dependência; se, com humilde e confiante fé, levarmos nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, que tudo vê em Sua criação e que tudo governa por Sua vontade e palavra, então Ele atenderá nosso clamor e fará com que Sua luz brilhe em nosso coração. Por meio de oração sincera, somos ligados com a mente do Infinito. Pode ser que não vejamos as fortes evidências ao contemplarmos a face de nosso Redentor, cada vez que Ele Se inclina sobre nós em compaixão e amor, mas é isso que realmente acontece. Podemos não sentir Seu toque, mas Sua mão compassiva e amorosa está sobre nós.
Quando vamos a Deus para pedir-Lhe misericórdia e bênçãos, devemos ter um espírito de amor e perdão em nosso coração (Caminho a Cristo, p. 96, 97).

A ciência da oração

Orai sem cessar. Em tudo, dai graças. 1 Tessalonicenses 5:17, 18
As lições de Cristo referentes à oração devem ser analisadas cuidadosamente. Há uma ciência divina na oração, e sua ilustração [a parábola do amigo importuno – em Lucas 11:5-8] apresenta-nos princípios que todos necessitam compreender. Mostra qual é o verdadeiro espírito da oração, ensina a necessidade de perseverança ao expormos nossas súplicas a Deus, e nos assegura de Sua boa vontade de ouvir as orações e a elas atender.
Nossas orações não devem ser uma solicitação egoísta, apenas para benefício próprio. Devemos pedir para podermos dar. O princípio da vida de Cristo deve ser o princípio de nossa vida. “E a favor deles Eu Me santifico a Mim mesmo”, disse, referindo-Se aos discípulos, “para que eles também sejam santificados”
(Jo 17:19). A mesma devoção, o mesmo sacrifício, a mesma submissão às reivindicações da Palavra de Deus, manifestados em Cristo, devem ser vistos em Seus servos. Nossa missão no mundo não é servir ou agradar a nós mesmos; devemos glorificar a Deus, com Ele cooperando para salvar pecadores. Devemos suplicar de Deus bênçãos para partilhar com outros. A capacidade de receber só é preservada compartilhando. Não podemos continuar recebendo os tesouros celestiais sem os transmitir aos que estão ao nosso redor.
Na parábola, o suplicante foi repelido várias vezes; porém, não desistiu de sua intenção. Assim, nossas orações nem sempre parecem ser atendidas imediatamente; mas Cristo ensina que não devemos cessar de orar. A oração não se destina a efetuar qualquer mudança em Deus, deve elevar-nos à harmonia com Ele. Ao Lhe fazermos alguma petição, Deus pode ver que é necessário examinarmos o coração e arrepender-nos do pecado. Por isso, Ele nos faz passar por dificuldades, provações e humilhações, para que vejamos o que impede em nós a operação do Espírito Santo.
Há condições para o cumprimento das promessas de Deus, e a oração nunca pode substituir o dever. “Se Me amais”, diz Cristo, “guardareis os Meus mandamentos” (Jo 14:15). “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu também o amarei e Me manifestarei a ele” (Jo 14:21). Aqueles que apresentam suas petições a Deus, reivindicando Sua promessa, enquanto não satisfazem as condições, ofendem a Jeová. Apresentam o nome de Cristo como autoridade para o cumprimento da promessa, porém não fazem aquilo que demonstraria fé em Cristo e amor a Ele (Parábolas de Jesus, p. 142, 143).

A chave nas mãos da fé

E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis. Mateus 21:22
O que pensarão os anjos a respeito dos pobres e desamparados seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, infinito em amor, inclina-se anelante para eles, pronto a dar-lhes mais do que podem pedir ou pensar, ainda que eles orem tão pouco e tenham uma fé tão pequena? […]
As trevas do maligno envolvem os que negligenciam a oração. As tentações sussurradas pelo inimigo os atraem para o pecado; e tudo isso porque não se utilizam dos privilégios que Deus lhes concedeu, os quais advêm da oração. Por que deveriam os filhos e filhas de Deus ser relutantes em orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para abrir os depósitos do Céu, onde estão armazenados os ilimitados recursos da Onipotência? Sem oração constante e perseverante vigilância, corremos o risco de ficar cada vez mais descuidados, e desviar-nos do caminho verdadeiro. O adversário procura continuamente obstruir o caminho para o trono de misericórdia para que não obtenhamos, por meio da súplica e fé, graça e poder para resistir à tentação.
Existem certas condições para que possamos esperar que Deus ouça nossas orações e a elas atenda. A primeira delas é sentir nossa necessidade de Seu auxílio. Ele prometeu: “Derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca” (Is 44:3). Os que têm fome e sede de justiça, que anseiam por Deus, podem estar certos de que serão satisfeitos. O coração deve abrir-se à influência do Espírito ou não receberá as bênçãos de Deus.
Nossa grande necessidade é, por si mesma, um argumento, e intercede eloquentemente em nosso favor. Entretanto, é necessário que busquemos ao Senhor para que Ele faça essas coisas por nós. Ele diz: “Pedi, e dar-se-vos-á” (Mt 7:7). “Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?” (Rm 8:32).
Se mantivermos iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado de maneira consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração que vem do coração arrependido e contrito será sempre aceita. Quando todas as faltas conhecidas forem corrigidas, poderemos acreditar que Deus responderá a nossos pedidos. Nossos méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Jesus que nos salvará, Seu sangue é que nos purificará. Uma parte, porém, temos que desempenhar para cumprir as condições da aceitação (Caminho a Cristo, p. 94-96).

Sobre o que você fala com Deus?

Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os Seus ouvidos estão abertos às suas súplicas. 1 Pedro 3:12
É pela natureza, pela revelação, pela Sua providência e pela influência de Seu Espírito que Deus nos fala. Entretanto, isso não é suficiente; precisamos também entregar-Lhe nosso coração. A fim de que tenhamos vida e energia espiritual, devemos ter uma relação viva com nosso Pai celestial. Podemos ter nossa mente atraída para Ele; podemos meditar em Suas obras, Sua misericórdia, Suas bênçãos; no sentido mais amplo, porém, isso não é comungar com Ele. Para ter comunhão com Deus, devemos ter alguma coisa para dizer-Lhe acerca de nossa vida.
A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que isso seja necessário para que Deus saiba quem somos, mas para nos habilitar a recebê-Lo. A oração não faz Deus descer até nós, mas eleva-nos a Ele.
Quando esteve na Terra, Jesus ensinou Seus discípulos a orar. Ele os instruiu a apresentar suas necessidades diárias a Deus, e a lançar sobre Ele todas as suas preocupações. A certeza que lhes deu de que suas petições seriam ouvidas nos é dada também.
O próprio Jesus, quando esteve na Terra, permanecia em constante oração. O Salvador identificou-Se com nossas necessidades e fraquezas, a ponto de tornar-Se um suplicante, buscando no Pai novos suprimentos de força, a fim de que pudesse sair fortalecido para enfrentar seus deveres e provações. Ele é nosso exemplo em todas as coisas. É um irmão em nossas fraquezas, pois “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança” (Hb 4:15); mas, sendo Aquele que nunca pecou, Sua natureza repelia o mal. Ele suportava as lutas e agonias de um mundo cheio de pecado. Sua humanidade fez da oração uma necessidade e um privilégio. Encontrava conforto e alegria na comunhão com o Pai. Se o Salvador da humanidade, o Filho de Deus, sentia a necessidade de orar, nós, frágeis e mortais pecadores que somos, deveríamos sentir ainda maior necessidade de constante e fervorosa oração.
Nosso Pai celestial deseja derramar sobre nós a plenitude de Suas bênçãos. É nosso privilégio beber em grande medida da fonte de amor ilimitado. É surpreendente notar que oramos tão pouco! Deus está pronto e sempre disposto a ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus filhos, e, apesar disso, há tanta relutância da nossa parte para levar-Lhe nossas necessidades (Caminho a Cristo, p. 93, 94).

Jesus, o justo Juiz

Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote nas coi...