quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Vazio de si mesmo

Convém que Ele cresça e que eu diminua. João 3:30.
Olhando com fé para o Redentor, João erguera-se às alturas da abnegação. Não buscava atrair as pessoas a si mesmo, mas erguer-lhes o pensamento mais e mais alto, até que repousasse no Cordeiro de Deus. Ele próprio não passara de uma voz, um clamor no deserto. Agora, aceitava com alegria o silêncio e a obscuridade, para que os olhos de todos se voltassem para a Luz da vida.
Os que são fiéis à vocação de mensageiros de Deus não buscarão honra para si mesmos. O amor ao próprio eu será absorvido pelo amor a Cristo. Nenhuma rivalidade manchará a preciosa causa do evangelho. Reconhecerão que sua obra é proclamar, como João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29). Exaltarão a Jesus e, com Ele, será a humanidade exaltada. “Assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15).
O coração do profeta, vazio de si mesmo, encheu-se da luz divina. Ao testificar da glória do Salvador, suas palavras eram quase iguais às do próprio Cristo em Sua entrevista com Nicodemos. João disse: “Quem vem das alturas certamente está acima de todos; quem vem da Terra é terreno e fala da Terra; quem veio do Céu está acima de todos. […] Pois o enviado de Deus fala as palavras dEle, porque Deus não dá o Espírito por medida” (Jo 3:31, 34). Cristo pôde dizer: “Não procuro a Minha vontade, e sim a dAquele que Me enviou” (Jo 5:30). DEle é dito: “Amaste a justiça e odiaste a iniquidade” (Hb 1:9). […]
O mesmo se dá quanto aos seguidores de Cristo. Só podemos receber da luz do Céu à medida que formos voluntários em nos esvaziar do próprio eu. Não podemos discernir o caráter de Deus nem aceitar a Cristo pela fé, a menos que consintamos em levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo. A todos quantos assim fazem, o Espírito Santo é dado sem medida (O Desejado de Todas as Nações, p. 179-181).

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